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8 de março: dia de luta da mulher trabalhadora

A exploração da força de trabalho das mulheres, especialmente as mulheres negras, é um sustentáculo fundamental para o sistema capitalista, uma vez que é mais fácil oprimir economicamente quem está socialmente oprimido – somos 70% da população mais pobre do mundo.

A data 8 de março rememora a luta das operárias da indústria do vestuário de Nova York, em 1857, contra as más condições de trabalho, e coloca em evidência todas as lutas das mulheres em defesa de seus direitos sociais, políticos e econômicos.

O Brasil governado por Jair Bolsonaro tem sido particularmente cruel com as mulheres ao reforçar as raízes patriarcais e racistas de nossa sociedade. O aprofundamento da crise econômica fez crescer a taxa de desemprego entre as mulheres, que chegou a 16,8%, em 2021, de acordo com levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para as mulheres negras, a taxa foi de 19,8%. A Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Governo Federal, divulgada em dezembro de 2021, aponta que entre os 480,3 mil trabalhos formais que o Brasil perdeu no primeiro ano de pandemia, 96,4% das demissões foram de mulheres.

A implantação das reformas neoliberais que destroem os direitos dos trabalhadores e as políticas de enfrentamento à pobreza aprofundaram a miséria e a fome, em especial em famílias chefiadas por mulheres negras. Quase 51 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza nos últimos dois anos e mais de 10 milhões passam fome.

Para o capitalismo, momentos de crise garantem reserva de mão de obra para a continuidade de exploração do trabalho. É de praxe que essa reserva tenha gênero e cor bem definidos. A emancipação feminina nunca interessou aos capitalistas que lucram fortemente com todo tipo de submissão presente no interior da classe trabalhadora.

Com o aprofundamento da crise capitalista, fica cada dia mais evidente que o fim da opressão contra a mulher não depende apenas de mudanças comportamentais, como mudar a linguagem, e nem de uma luta isolada. Depende, essencialmente, da luta encarniçada contra o modo de produção capitalista, que vê na subjugação das mulheres e dos negros sua estrutura fundamental. A mulher, seu corpo e sua vida estão à mercê desse sistema controlado pelo Estado burguês por meio de suas instituições e de seu aparato repressor.

Todos os direitos democráticos que as mulheres alcançaram até hoje são frutos das suas lutas organizadas contra a opressão e, somente o fortalecimento dessa luta, unificada à luta maior da classe trabalhadora contra o sistema, poderá proporcionar uma mudança social real que impeça os retrocessos sociais em tempos de crise.

Assim, reivindicações como creches públicas, que atendam 100% da população; restaurantes públicos; lavanderias; inserção da mulher no processo de trabalho; saúde; educação públicas etc. devem ser parte fundamental das lutas pela emancipação da classe trabalhadora. Esse deve ser o espírito do dia 08 de março, um dia de luta contra esse sistema que oprime e massacra!