Dos 31 sindicatos filiados à FENTECT (Federação dos Trabalhadores dos Correios), 28 já aderiram à greve nos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, São Paulo (Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba e Santos), Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais (MG, Juiz de Fora e Uberaba), Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul (RS e Santa Maria), Sergipe e Santa Catarina. Apenas Acre, Rondônia e Roraima ainda não confirmaram.
Embora o comando permaneça em Brasília para negociar com a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), a Empresa anunciou na manhã da última quarta-feira (20) que não se reunirá com os representantes da FENTECT por conta da mobilização nacional, organizada pelos sindicatos filiados à Federação. A Empresa cancela a negociação pela quarta vez, de forma unilateral. Esta atitude é mais uma demonstração de que a ECT nunca quis negociar de verdade, pois até agora só apresentou retirada de diversos direitos dos trabalhadores.
Greve segue forte no estado de São Paulo
A Greve dos Correios foi deflagrada em todas as bases sindicais de São Paulo, exceto na capital e em Bauru, que já agendaram a data da sua assembleia.
Estão em greve, no Estado de São Paulo, as regiões de Campinas, Santos, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Vale do Paraíba, ou seja, todo o interior do Estado. Os trabalhadores da capital estão pressionando a diretoria do sindicato para que antecipem a data da assembleia, na intenção de somar forças com os 22 estados e o Distrito Federal que já estão em greve desde as 22hs do dia 19 de setembro.
O fato de a maioria esmagadora do País ter optado pelo caminho da luta ajuda a base da categoria de São Paulo (capital) e do Rio de Janeiro a pressionarem suas direções para que parem de pelegar e entrem na luta como a maioria dos trabalhadores está fazendo.
Diante de tantos ataques, os trabalhadores estão se organizando em todo o País para ampliar o movimento e lotar Brasília nos próximos dias para realizar um grande ato contra a privatização dos Correios, contra o fechamento das Agências e contra a retirada de direitos proposta pela direção dos Correios.
Veja os direitos que os trabalhadores dos Correios irão perder se não lutar
Exclusão de todo o parágrafo 6º da CLÁUSULA 41 – distribuição domiciliária- que trata da Entrega Matutina que possibilitará inclusive a reversão da entrega de todos os lugares que já foram implantados;
Alteração da CLÁUSULA 47 – segurança na empresa- Substituição da segurança armada por cofre com fechadura eletrônica com retardo, alarme monitorado e circuito fechado de TV; (Essa é a mais cruel possível com os atendentes, pois ao invés de manter a segurança armada e porta giratória vão deixar o atendente na mira da arma do bandido enquanto o mesmo espera o tempo para abertura do cofre de retardo);
Exclusão dos textos que dificultem ou criem barreiras para a execução da Dispensa Motivada;
Exclusão da CLÁUSULA 69 – concurso públicoque exige concursos públicos;
Exclusão da CLÁUSULA 78 – indenização por morte ou invalidez permanente, que prevê o pagamento de indenização por parte da ECT caso o trabalhador venha a falecer ou ficar inválido permanentemente;
Alteração da CLÁUSULA 76 – Registro de Ponto para “REGISTRO DA JORNADA DE TRABALHO”,com o fim da tolerância de 5 e 10 minutos para registro do ponto; instituição do Registro de Ponto Eletrônico, o banco de horas que obrigará o trabalhador a cumprir sua jornada completa e saindo antes, o mesmo fica DEVENDO HORAS PARA A ECT, e a jornada intermitente (Reforma Trabalhista). Essa última permite que o trabalhador seja contratado para trabalhar somente no horário que a Empresa precisar e, lógico, só será remunerado por esse tempo específico;
Fim da pausa de 10 minutos/hora para quem trabalha em terminais computadorizados;
Exclusão da CLÁUSULA 79 – Acompanhamento do cumprimento de cláusulas do acordoque permite a fiscalização do cumprimento do ACT por parte do sindicato;
Exclusão da CLÁUSULA 72 – multas de trânsitopara forçar que o trabalhador arque com todo o custo;
Exclusão da CLÁUSULA 77 – responsabilidade civil em acidente de trânsito. Essa proposta quer atacar todos os motoristas dos Correios de forma covarde, transferindo a responsabilidade que hoje é da ECT para o próprio motorista, inclusive para obrigá-lo a arcar financeiramente com qualquer situação de colisão no trânsito.
Alteração da CLÁUSULA 27 – Acompanhante. Redução dos dias de ausência remunerada de 6 (seis) para um dia e dois dias para levar dependentes ao médico, reduzindo-se também a idade dos dependentes menores, passando de 18 para 6 anos;
CLÁUSULA 28 – Assistência médica/hospitalar e odontológica. Não querem nenhuma discussão sobre o plano de saúde enquanto a Empresa aguarda mediação do TST. Sabemos bem que eles querem implantar mensalidades absurdas e ainda propor a retirada dos nossos pai e mãe do convênio, criando outro convênio diferente para eles (isso já é proposta da ECT e do TST).
Exclusão de parte da CLÁUSULA 32 – Empregado (a) vivendo com HIV ou AIDS. A ECT quer retirar do texto a parte que fala que a Empresa deve garantir, através das políticas públicas, os exames necessários para o trabalhador com a doença;
Exclusão da CLÁUSULA 33 – Empregado (a) Inapto (a) para retorno ao trabalho - Essa é a ÚNICA garantia para o EMPREGADO QUE SE ACIDENTOU NO TRABALHO receba os pagamento das remunerações caso o mesmo seja considerado inapto para o retorno ao trabalho, enquanto aguarda julgamento de recurso no INSS;
Alteração da CLÁUSULA 40 – Saúde do empregado (a). Nesta, a ECT propõe o fim da obrigatoriedade do atendimento psicológico para vítimas de assaltos, além de dificultar o acesso dos empregados a exames de prevenção de doenças;
A ECT ainda propõe a exclusão da ginástica laboral nos setores que ainda existe e a redução do número de cipeiros, evitando que mais trabalhadores possam fiscalizar os descumprimentos da legislação trabalhista por parte da ECT.
Diante dos ataques, é impresindível que a categoria vá às rua e participe da greve para ampliar o movimento em defesa dos seus direitos, do seu emprego e do sustento das suas famílias.
Não à privatização dos Correios!
Fora Temer, Campos e todos os privatistas!
Privatização é demissão!