Os trabalhadores do CDD Betim Centro denunciaram ao SINTECT-MG que o corpo de gestão tomou a decisão de realizar o redistritamento do setor sem ao menos ouvir os trabalhadores, quem realmente conhecem do serviço. Isso está causando um péssimo clima organizacional e um desgaste físico dos trabalhadores.
A arrogância com que os trabalhadores estão sendo tratados pela chefia chega a ser irracional: por que não ouvir a opinião de quem realmente sabe realizar o serviço e irá melhorar o desempenho e cumprimento da atividade? Estranhamente, a gestão do CDD Betim Centro através de um SD (Sistema de Distritamento) fantasma, alega que estaria sobrando carteiros na unidade, o que não é verdade. Várias transferências já foram realizadas, a maioria delas arbitrariamente, feitas pelo gestor sob a alegação de serem apenas “empréstimos” para outras unidades e que os trabalhadores retornarão às suas unidades de lotação num breve espaço de tempo. Isso, efetivamente, não é o que ocorre. Os “empréstimos” tem duração permanente.
O SD realizado pela gestão não contempla os anseios dos trabalhadores.
Na maioria dos distritos, a percorrida do carteiro ultrapassa 15 quilômetros de rua, no ACT não há estipulado qual a quilometragem a ser percorrida pelo carteiro e, em alguns casos, há carteiros sendo obrigados a permanecer na rua para a distribuição dos objetos, mesmo depois de anoitecer, e o que é pior, em lugares ermos e sem iluminação. Tais exemplos só mostram o quão pouco vale a vida dos trabalhadores para a direção de Empresa. BETIM/MG é um município com alto índice de roubos, inclusive os dois CDDs (Centro de Distribuição) de Betim já possuem segurança no período da noite, devido aos sucessivos arrombamentos nas unidades. Um dos seguranças chegou a atirar (e matar) um dos arrombadores. A pergunta que fica é: estando o carteiro na rua, quem faz a sua segurança?
Não podemos deixar de falar dos problemas ortopédicos ocasionados pela percorrida extensa e peso excessivo da bolsa. A exposição ao sol é outro grave problema. Segundo estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Cancerologia, o câncer de pele corresponde a 30% de todos os tumores malignos no Brasil.
A pressão psicológica realizada pelos gestores para que os trabalhadores manipulem as informações referente aos códigos dos smartphones também é uma das facetas desta política criminosa. Tal coação ocorre para que a unidade não perca os prazos dos objetos registrados, garantindo aos gestores seu “lugarzinho ao sol” e assegurando suas respectivas funções. Ocorre que a manipulação de informações é uma “faca de dois gumes”: custará, no futuro, o emprego de todos, já que favorece a privatização, que é sinônimo de demissão.
Os trabalhadores sabem que não existe outra saída senão a luta.
Diante disso, o SINTECT-MG convoca os trabalhadores do CDD Betim Centro a se juntarem milhares de trabalhadores dos Correios em todo o País na luta contra a privatização, contra a exploração, contra a Reforma da Previdência.