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A Quem Interessa a Privatização dos Correios?

Ao imperialismo e aos grandes capitalistas. Há muitos anos, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) vem sendo privatizada, de maneira lenta, sorrateira, para que não se perceba o golpe que está sendo aplicado. Os maiores beneficiados são os grandes capitalistas, a burguesia, pois com a desvalorização da Empresa fica mais fácil privatizar. O governo golpista de Michel Temer já deixou bem claro que vai entregar essa e outras estatais a qualquer custo. Ao mesmo tempo, como se trata de uma imposição do imperialismo, qualquer governo que assumir, e que não mobilizar a população contra os “acordos” impostos, levará as privatizações em frente. Inclusive há o PL 555, sobre o assunto, tramitando.

Um exemplo muito claro: ao invés da Empresa investir nas próprias agências, a política que vem sendo implantada é a de fechá-las e transformá-las em agências franqueadas. Apesar de essas agências somarem pouco mais de 22% do total, elas recebem 42% dos lucros da Empresa. Isso sem falar no fato de que eles aplicam no mercado financeiro o dinheiro resultante das vendas durante 23 dias e, quando o devolvem, só retornam com 90% do montante, sem correção. Boa parte das agências franqueadas pertence a políticos ligados ao PMDB e outros partidos de direita. Mas o verdadeiro “filé mignon” se relaciona com as encomendas. Sobre esse setor pairam monopólios como a Fedex e a DHL.

Os atendentes das agências são cobrados com metas abusivas que beiram o assédio moral constante. São obrigados a fazer serviços de banco, inclusive com a mesma carga horária, apesar de não receber por este ofício. Seus salários estão longe de serem comparados aos de um bancário. Isso sem falar na falta de segurança. Os assaltos nas agências são constantes. Outra aberração é quando a Agência não atinge a meta estabelecida, em 80%. Nesse caso, elas são colocadas na lista de agências a serem convertidas em franqueadas. Isso inclusive é que vem acontecendo com a maioria delas.


Assediar para privatizar

Os trabalhadores ecetistas em geral são assediados a todo o momento, além de enfrentarem vários problemas como, por exemplo, cobranças de desempenho anual (o GCR); sobrecarga de trabalho; excesso de serviço externo; metas abusivas etc. Os gestores agem de forma truculenta, eles próprios submetidos às pressões da direção dos Correios. Os espaços físicos são inadequados: poeira, calor excessivo e muito barulho. As saúdes física e psicológica dos trabalhadores se encontram constantemente ameaçadas.

A falta de concurso público tem obrigado os atendentes, carteiros e operadores de Triagem e Transbordo (OTTs), a trabalharem por dois funcionários ou mais. Os Correios possuem atualmente 118 mil trabalhadores concursados, 60 mil terceirizados e outros 50 mil nas agências franqueadas. Se a Empresa fosse seguir os padrões da União Postal Universal, com sede em Paris, o número de funcionários teria mais que dobrar. Seria necessário algo em torno de 320 mil funcionários concursados. Esse é apenas um exemplo da política de sucateamento de um das principais estatais brasileira. O resultado não poderia ser outro que não o desmonte da ECT com o objetivo de entregá-la a troco de nada para os grandes capitalistas. Trata-se de um dos componentes da “nova onda neoliberal”, que tem como objetivo salvar os lucros a qualquer custo contra as condições de vida dos trabalhadores.

Com a entrada do novo Presidente da Empresa, Guilherme Campos Junior, a situação está ainda pior. Em entrevista a um repórter em Campinas, Campos chegou ao absurdo de afirmar que todo o problema de atrasos nas entregas seria culpa dos carteiros. Um cinismo que parece não ter fim. O grande objetivo da sua entrada na presidência da ECT é entregar a empresa nas mãos dos capitalistas. Para isso, é preciso uma ampla campanha de mentiras e calúnias para que a população acredite que os Correios não são mais a Empresa de maior credibilidade do país.

Outro grande problema é a terceirização. O serviço de limpeza, seguranças, porteiros, copeiros etc., foram entregues a outras empresas. Na sequência, as agências, que eram todas próprias, passou admitir as franquias. Com o tempo, todo serviço terrestre, que era um dos maiores do país, passou ser terceirizado. O caso mais recente dessa política foi a terceirização dos carteiros e OTTs, substituídos por MOTs (Mão de Obra Temporária). Agora, a informação é de que irão terceirizar o setor jurídico.

Ou seja, aos poucos, todos os setores estão sendo entregues para a iniciativa privada. O objetivo é facilitar a entrega total da Empresa para o grande capital. A privatização dos Correios é sem dúvidas uma das principais tarefas do imperialismo nesse momento. Isso por ser tratar de um setor de ponta, a maior estatal do Brasil em número de funcionários.