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História

HISTÓRIA

25 ANOS: UM SINDICATO FORJADO NA LUTA DOS TRABALHADORES ECETISTAS

A categoria dos Correios é uma das mais ativas entre a classe trabalhadora brasileira. A própria manutenção do Correios estatal até hoje, superando todas as investidas dos governos é uma demonstração disso.

A história de luta dos trabalhadores ecetistas se confunde e se confirma com a história do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect-MG) que também está relacionada com o desenvolvimento da classe trabalhadora brasileira, com a luta do movimento sindical combativo que no final dos anos 70 enfrentou a ditadura militar em defesa da organização autônoma e independente dos trabalhadores em organizações próprias para lutar pelo fim do regime militar e contra os ataques desse regime à toda população.

Foi a partir dessa luta que se surgiu o Sintect-MG e ainda a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) no final dos anos 80, o que representou a unidade da categoria em uma entidade central para organizar a luta nacional contra os ataques dos governos.

O MOVIMENTO NACIONAL E O SINTECT-MG

O movimento dos trabalhadores dos Correios surgiu principalmente pela mobilização dos trabalhadores de Minas Gerais no fim da década de 70, com a greve de agosto de 1979 (seguindo os exemplos das greves dos metalúrgicos do ABC e da Mannesmann, em Contagem). Ele se consolida a partir de 1984, com a criação das associações, uma vez que a sindicalização estava proibida nos Correios pelo regime militar.

A empresa era considerada um setor de segurança nacional e era dirigida diretamente pelos militares. A greve de 1985, acompanhando a grande onda de greves do governo Sarney, em São Paulo, e rompeu o esquema de contenção existente nos Correios. As associações se fortalecem dando lugar aos sindicatos de trabalhadores da ECT em todo o País.

Nessa luta surgem os primeiros sindicatos dos trabalhadores dos Correios Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba etc. O Sintect-MG foi um dos primeiros, fundado em 1988.

Em 1989, forma-se a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) que, neste momento, conta com uma maioria de dirigentes combativos. A fundação da Fentect foi uma iniciativa dos setores mais ativos da categoria, em oposição à Federação pelega, apoiada pela direção da ECT, a Findect, cuja base se encontrava em Bauru, reduto do tradicional pelego Chico de Bauru. Hoje, o PCdoB (através dos SintectSP e Sintect-RJ) está buscando ressuscitar a Findect para se opor à Fentect, realizando o sonho frustrado da ditadura militar e da direção da ECT.

SINDICATO DE LUTA, UMA REFERÊNCIA NACIONAL

O movimento nacional dos Correios e a maioria dos sindicatos foram criados por um conjunto de militantes classistas. Uma parte desses militantes vieram se organizar na corrente Ecetistas em Luta e o restante deslocou-se para a burocracia no período de refluxo que se seguiu às grandes greves de 85 e 86. Esse movimento acompanha o movimento geral dos sindicatos combativos dos anos de 1980, após um grande crescimento em 83, 84 e 85, quando é criada uma oposição que representa quase metade dos delegados do Congresso da CUT do Rio de Janeiro em 1988. Esse movimento será destruído pelas suas limitações políticas e pela pressão da burocracia, com o apoio da esquerda pequeno-burguesa dentro da CUT (PSTU, Psol etc.).

Nos Correios, permaneceram apenas os setores que conseguiram evoluir a consciência no sentido da luta por um partido operário, ingressando no PCO como foi o caso da direção do Sintect-MG. O prolongado refluxo da classe operária brasileira e mundial após 1990 viria a consolidar o poder de uma burocracia sindical ligada à direção da ECT nos sindicatos dos Correios.

O movimento, no início, estava dominado por sindicalistas antiburocráticos e combativos que surgem espontaneamente da onda de greves expressando essas tendências de luta. Dessa importante geração de militantes, que realizaram as mais importantes lutas da categoria, restam hoje muito poucas pessoas, como o companheiro Pedro Paulo Pinheiro, presidente do Sintect-MG. Uma das poucas pessoas que participam desde os primórdios do movimento sindical da categoria se mantendo firme ao lado dos trabalhadores, ao contrário de muitos traidores que se bandearam para o lado da empresa, como verdadeiros judas, em troca de 30 moedas de prata.

Essa posição combativa e a direção política consolidou o Sintect-MG como uma referência para a luta nacional da categoria. O ano de 2012 foi uma grande demonstração disso. A aprovação da greve apoiada pelo Sintect-MG, e pelos trabalhadores de base do Pará que seguiram o exemplo de Minas Gerais, alavancou o movimento grevista em todo o país e foi o que garantiu que a empresa não conseguisse aprovar os ataques no plano de saúde da categoria e uma reposição abaixo do índice de inflação oficial.

A direção do Sintect-MG, ligada à corrente Ecetistas em Luta sempre foi a expressão dessa luta. Contra a burocracia sindical, os pelegos, os traidores m defesa de uma ampla participação dos trabalhadores de base em defesa de seus interesses, organizados e unificados a partir do sindicato.

Tudo isso faz crescer o interesse da empresa em tomar o sindicato dos trabalhadores, financiando oposições, caluniando e atacando a direção sindical combativa.

A unificação dos trabalhadores em torno da direção e apoiando sua política é o que mantém o sindicato do lado dos trabalhadores.

Para manter essa história de luta do Sintect-MG e aumentar a representatividade do sindicato é da maior importância a adesão dos trabalhadores de base à campanha de sindicalização que estamos realizando.

Todos unidos em torno do sindicato para manter o Sintect-MG nas mãos dos trabalhadores.