Para esse governo golpista justificar a privatização, primeiro ele põe em prática um plano de sucateamento das empresas públicas. Nos Correios, isso se dá por meio das demissões dos trabalhadores mediante PDVs (Planos de Demissões Voluntárias), sucateamento do sistema de transporte e o atraso na liberação das correspondências.
Hoje, muitas das correspondências já chega às mãos do carteiro com a data vencida! Isso é uma tática da direção da Empresa, que tem como objetivo jogar a população contra o serviço prestado e, assim, ganhar base para que possa privatizar.
Essa estratégia de sucateamento não acontece só nos Correios. Podemos ver a mesma manobra se repetir no SUS (Sistema Único de Saúde), sistema de ensino - tanto no ensino básico como em todos os níveis, etc. O objetivo é entregar todo o patrimônio do país, ou seja, do povo trabalhador, para os grandes capitalistas exploradores.
A crise capitalista tem colocado em xeque os lucros dos monopólios em escala mundial. Por esse motivo, o imperialismo busca atacar os trabalhadores nos seus direitos mais básicos e repassar o que puder para os especuladores financeiros.
Destruir para entregar
O presidente dos Correios é o presidente do PSD. Ele manda no próprio Ministro das Comunicações (Gilberto Kassab) e por ter esse ministério na mão, utiliza vários artifícios para que a população em geral não perceba que os Correios está sendo privatizado. Na propaganda televisiva, por exemplo, a população só vê a parte bonita da Empresa. Para enfrentar essa política, cabe aos trabalhadores da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) impulsionar sua própria imprensa, levando a toda categoria e à população a realidade de super exploração que os trabalhadores estão submetidos.
Só para se ter uma ideia, para a Empresa voltar a ter uma vida “normal”, similar à de 20 anos atrás, ela precisaria ter ao menos 320 mil funcionários. Atualmente, somando os 120 mil trabalhadores concursados e os 80 mil das agências, a ECT possui um total de 200 mil funcionários. Ou seja, seria necessário contratar mais de 120 mil pessoas, um aumento de 60%.
Os Correios aplica uma política contrária, pois o que está em jogo aqui é o LUCRO do grande capital. A categoria está dando o seu máximo, trabalhando por três, o que obviamente, tem aumentado o desgaste e os problemas de saúde físicos e mental. Esse é o motivo de muitos saírem de licença médica. Mas para os golpistas, que atuam a mando dos grandes capitalistas, a situação dos trabalhadores é irrelevante, pois o que o objetivo é continuar obtendo lucros!
As empresas de franquias representam 42% dos lucros da ECT. A política tem sido fechar agências da ECT e abrir franquias. A direção impõe PDVs (Plano de Demissões Voluntárias) e terceirizados. O transporte e a limpeza já são quase todos terceirizados, que agora também já avança para as atividades fins, como o que vem ocorre com os carteiros e no setor administrativo. É bom lembrar que o maior interessado nesse desmonte e entrega para as empresas fraqueadas, é o próprio Presidente golpista Michel Temer, que “coincidentemente” é proprietário de muitas dessas empresas.
A privatização na área de TI (Tecnologia da Informação) está em torno dos 80%, com amplo predomínio dos terceirizados. Isso promove o vazamento de informações para as grandes empresas do setor, além de facilitar os assaltos, hoje um dos maiores problemas dos motoristas e atendentes. As agências estão fazendo trabalho de bancos e sem nenhuma segurança, deixando as funcionários vulneráveis aos assaltos. Os carteiros estão nessa mesma situação, pois transportam muitos documentos de valores, como cartão de bancos etc.
Os trabalhadores, assim como acontece em praticamente todas as categorias, têm sido fortemente divididos a partir de políticas públicas definidas. Há 36 sindicatos para o mesmo patrão. Trata-se de uma tática do capitalismo para controlar os trabalhadores na sua luta.
São Paulo e Rio representam 60% da categoria e 65% do fluxo. Esses sindicatos, e outros dois, estão ligados à Findect, uma federação patronal. No entanto, graças a pressão dos trabalhadores, a campanha deste ano foi unificada.
Unificar as lutas contra os capitalistas
A greve dos Correios está marcada para o dia 15 de setembro. A principal reinvindicação é contra a privatização, o maior problema dos trabalhadores da estatal, mas que afeta a população como um todo, pois enfrenta a precarização dos serviços. Com a privatização e as demissões dos trabalhadores mais velhos, ou seja, daqueles que conhecem de cor e salteados os setores de entrega, esse serviço deverá ficar ainda mais precarizado, inclusive como muitas correspondências sendo entregues em endereços errados.
Com o aprofundamento da crise capitalista, as grandes empresas estão perdendo lucros e estão ameaçadas de quebrar como aconteceu em 2008 e 2009. Por isso, tentam roubar tudo que possível do trabalhador. Um exemplo foi a proposta recém aprovada no Congresso, que determina o não pagamento de décimo terceiro salário e das férias, além do aumento da carga horária. No eixo desses ataques estão a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista, o sucateamento dos serviços públicos, as entregas das empresas públicas e o aumento dos repasses de recursos públicos para a especulação financeira.
Como os trabalhadores dever enfrentar esses ataques?
A classe operaria está muito dividida. A fragmentação dos sindicatos, por categorias, é uma tática do capitalismo para enfraquecer a luta e controlar os movimentos. A única força com que o trabalhador conta é a numérica, pois somos 99% da população mundial! Já imaginou essa força unida? Por isso, os capitalistas fazem tudo para nos dividir. No entanto, essa vantagem numérica, só é possível aparecer quando se organiza em uma unidade, juntando as forças dos principais setores produtivos. Só assim é possível enfrentar os ataques dos capitalistas contra a retirada de direitos.
Estamos no momento em que as principais categorias estão entrando em campanha salarial. É hora de juntarmos forças em uma luta unificada. A burguesia, através do seu governo golpista, impulsionado pelos imperialistas, principalmente os norte-americanos, querem privatizar tudo que for possível. As maiores empresas públicas, como Correios, Petrobras, bancos, a Infraero e mais de outras 250 empresas, estão na linha de frente dos ataques. A partir dessa luta contra o estado burguês, é preciso impulsionar a luta das demais categorias para construir uma greve geral.