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Notícias

33º Congresso de Representantes da Fentect

Unidade da categoria contra a privatização e a retirada de direitos
Barrar o avanço da privatização dos Correios, o “ajuste fiscal” e a retirada de direitos da população. Esse é o chamado nacional que a Luta Popular e Sindical (LPS) faz às forças e correntes políticas, e, principalmente, a todos os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

A entrega da segunda maior estatal brasileira, a primeira em número de funcionários contratados, para a iniciativa privada, está colocada como tarefa central do governo golpista de Michel Temer. De acordo com a nova equipe econômica, a abertura do capital dos Correios começará com a reestruturação do modelo de negócios: “Uma das ideias é dividir as áreas em unidades, como logística e encomendas, por exemplo, que poderão ser transferidas integralmente ao setor privado”. Esse plano, no entanto, teve início já no governo do PT, a exemplo da lei que transforma a ECT em Sociedade Anônima, com a MP 532/11. O ataque está sendo aprofundado, com maior rapidez, no governo Temer.

Diante da ofensiva, o único caminho que se coloca para os trabalhadores é a luta. A privatização dos Correios deve ser barrada nas ruas, por meio da mobilização a partir da criação dos comitês de base contra a privatização dos Correios, para envolver os trabalhadores, toda a categoria e a população, o que somente é possível por meio da ampla campanha de agitação e propaganda.


Unidade na ação: o único caminho para os trabalhadores

As diferenças entre as correntes que atualmente compõem a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) são inúmeras. Nós da LPS, sempre estivemos na luta e participamos de todas as greves, que resultaram inclusive na demissão de vários companheiros. Sabemos bem das dificuldades colocadas para alcançar a unidade, principalmente com algumas das forças envolvidas, como, por exemplo, a ArtSind e o PCdoB, que, em diversos momentos, capitularam à direção da Empresa, contra os interesses dos trabalhadores.

As divergências obviamente existem e as críticas devem ser feitas, inclusive como forma de conscientizar os trabalhadores e avançar na unidade. Não podemos, em hipótese alguma, “quebrar o retrovisor” para as inúmeras capitulações. Essa política representaria uma traição aberta contra os trabalhadores. É preciso esclarecer para que eles aprendam com a experiência e barrem qualquer tentativa de golpe dos setores que, em várias oportunidades, têm se colocado contra a luta da categoria.

No entanto, entendemos a complexidade do momento político e econômico, colocada pela escalada dos ataques da direita golpista, e compreendemos que uma unidade pontual, na luta, é a única saída para os trabalhadores. A divisão e a fragmentação da categoria só interessa ao patrão e aos grandes capitalistas que buscam se apropriar diretamente das riquezas nacionais. Se os trabalhadores não se unirem, essa será, sem dúvida, a principal condição para a privatização e retirada de direitos.

A aliança colocada entre as várias forças políticas dos trabalhadores dos Correios deve ter como objetivo facilitar a unidade na prática, na ação, para impulsionar a luta a partir da base. Com a aliança colocada em pé, as forças atuarão com energia e firmeza diferentes. Mas com o aumento da pressão dos trabalhadores, as direções do movimento sindical, inclusive os setores mais burocráticos, serão obrigados a se movimentarem. No Rio de Janeiro e São Paulo, nossos esforços devem ser dobrados. A nossa luta buscar favorecer a unidade dos trabalhadores contra a privatização e pelo “Nenhum Direito a Menos”, o que também implica em buscar acordos com os setores políticos que atuam na categoria.


Como concretizar, na prática, a unidade?

O 33º Conselho de Representantes da Fentect (Conrep) tem sinalizado para a necessidade da unidade dos trabalhadores dos Correios para enfrentar os ataques da Empresa. As intervenções no Conrep, quase que na sua unanimidade, têm se dado no sentido de unificar as forças em torno da não privatização e contra a retirada de direitos.

Está colocada a necessidade de se aprovar um calendário nacional de greve, buscando a unificação inclusive com outras categorias que estão na mira das privatizações e que têm as datas base no segundo semestre deste ano.

Os trabalhadores dos Correios representam a primeira categoria nacional que terão a data base no segundo semestre de 2016. Os resultados terão enorme impacto sobre os petroleiros, os aeronautas, os bancários dos bancos públicos e os funcionários públicos em geral. Todos estes setores também se encontram na mira das privatizações, impostas pelo imperialismo norte-americano. E, adicionalmente, há outras categorias de ponta do setor privado, como os metalúrgicos, que têm a data base no mesmo período.

A ameaça sobre a categoria dos Correios é enorme. Mas também o é sobre os demais trabalhadores brasileiros. A peculiaridade do presente momento é que os ecetistas têm a possibilidade de impulsionar um amplo movimento de massas, a partir das categorias que estão colocadas no olho das privatizações.

É preciso lutar contra a nova escalada de ataques que o atual governo golpista, encabeçada por Michel Temer, está tentando impor, mas que se trata de uma política de espoliação aberta dos brasileiros e de todos os trabalhadores latino-americanos impulsionada a partir dos Estados Unidos.