No mês de janeiro, os trabalhadores dos Correios se depararam com uma alteração nos contracheques referente à forma de discriminação da mensalidade do plano de saúde. Tal alteração tem causado muita dúvida e desconfiança. Segundo a direção da ECT, não houve nenhum aumento nos valores descontados, mas um “detalhamento da cobrança”, que passou a descriminar os valores de mensalidades separadamente, do titular e de cada um dos dependentes. Anteriormente, esses valores apareciam somados, impossibilitando saber quanto o empregado pagava de mensalidade para cada uma das vidas cadastradas.
A Empresa ainda informou que, a partir da folha de janeiro, o cálculo da mensalidade deixará de ser feito sobre a remuneração do mês anterior e passará a ser feito sobre a remuneração do próprio mês. Quanto à descriminação das despesas compartilhadas, continua como antes: somada, resumida e sem nenhum detalhamento. Essa é a despesa que causa maior desconfiança entre os empregados, pois além de não ser discriminada, o que facilita as cobranças indevidas, os valores são altos e discordantes. As despesas compartilhadas são responsáveis por boa parte das reclamações.
Fora isso, ao que parece, os valores descontados dos empregados não estão sendo repassados à Rede Credenciada como deveriam. A suspenção dos atendimentos e o descredenciamento do clínicas e hospitais são constantes e sempre que isso ocorre a alegação feita é a falta de pagamento ou o atraso do repasse por parte da Postal Saúde.
É isso que a direção da ECT chama de transparência? As contas da Postal Saúde mais parecem a “caixa preta” dos aviões. Os hospitais, clínicas e médicos continuam deixando de atender pelo convênio e a rede credenciada continua diminuindo. Na contramão, as despesas só aumentam. Essa matemática não bate! Não dá para confiar numa gestão terceirizada, indicada politicamente, composta por pessoas de fora do quadro de empregados da Empresa, que não têm NENHUM compromisso com os interesses dos trabalhadores. É preciso que a gestão volte logo a ser feita pelos empregados próprios, como outrora, quando o convênio tinha qualidade, mais cobertura e menos reclamações.
É preciso também verificar, mensalmente, o histórico de cobrança das despesas compartilhadas através do site https://postalsaude.com.br, pois o que não falta são casos de cobranças repetidas ou indevidas, feitas pela Postal Saúde ou pela Rede Credenciada. Além de exigir o ressarcimento, a categoria precisa denunciar a gestão da Empresa e da Postal Saúde em todos os espaços e órgãos (ANS, Ouvidoria, PROCOM, Sindicatos, Ministério Público, imprensa, judiciário, redes sociais etc.). Precisamos fazer uma ampla campanha mostrando que é urgente a desconstrução dessa empresa (Postal Saúde), que não atende à uma função social, mas exclusivamente ao objetivo escuso para a qual foi criada. Isso, inclusive, tem colocado a vida dos trabalhadores em risco.
Pelo fim da Postal Saúde e pelo retorno da gestão própria do Correios Saúde!
Por um Correios público e de qualidade!
Não às privatizações. Privatização é demissão!